A pecuária brasileira tem sido destaque na economia e vem se desenvolvendo através dos avanços pela sustentabilidade, contribuindo também para a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O Dia Nacional da Pecuária, comemorado em 14 de outubro, traz maior visibilidade ao setor que conta com mais de 2,5 milhões de propriedades pecuárias, segundo o Censo Agropecuário do IBGE, de 2017.

Como exemplo de consolidação do espaço da pecuária na cadeia produtiva, 2022 deverá terminar com o país tendo produzido 8,11 milhões de toneladas de carne bovina, de acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Em âmbito internacional, a perspectiva é de que o mercado avance. Ainda de acordo com a Companhia, as exportações de carne bovina e de frango tendem a atingir um novo recorde em 2022.

De acordo com o relatório da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), com apoio da ApexBrasil, em 2021, o setor da pecuária de corte movimentou R$ 913,14 bilhões, um aumento real de 14,9% quando comparado com 2020. Em termos de cabeças, o país atingiu um recorde no ano passado (2021), chegando a 224,6 milhões de cabeças segundo o IBGE.

Mas não é só a carne bovina que traz destaque ao setor. De acordo com a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a avicultura, por exemplo, coloca o Brasil como líder em ranking mundial de exportação de carne de frango, já que o país é responsável por 35% das exportações totais do produto no mercado global, vendendo para mais de 150 países.

Pecuária de baixo carbono

Para garantir que a elevada produção e esse destaque sejam sustentáveis, há várias iniciativas desenvolvidas por todo o país. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, oferece programas de financiamento destinados aos produtores pecuários. O Programa ABC+ é destinado à adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária. Através dele, há financiamento para investimentos que contribuam para a redução de impactos ambientais causados por atividades agropecuárias.

Além disso, o BNDES, em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), comunicaram recentemente uma nova parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) que liderou a seleção realizada para definir o parceiro executor responsável pelos estudos da iniciativa “Pecuária de Baixo Carbono”. O projeto deve traçar estratégias e modelos de negócios com tecnologias de baixo carbono na produção de carne e leite nacionais. O objetivo é promover a sustentabilidade através da certificação das emissões de carbono que forem evitadas.

O estudo deverá ainda contar com uma calculadora capaz de medir as emissões de carbono durante todo o processo de produção. Além disso, tem como objetivo a indicação de mecanismos de incentivo que estimulem investimentos na redução de emissões.

Essas iniciativas contribuem para a compreensão de que cada vez mais a pecuária caminha de acordo com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), com destaque para a erradicação da pobreza, a promoção do trabalho e desenvolvimento econômico, a redução das desigualdades, e, ainda, o uso sustentável dos ecossistemas.