Tem mais gente passando fome!
A insegurança alimentar, que só aumentou com a pandemia, pede por medidas sustentáveis urgentes
No mundo globalizado, com mudanças e necessidades constantes, o desafio é pra já: enfrentar o crescimento populacional e a sua procura por alimentos. Os números estão aí para desenhar um cenário crítico, que pede ações de toda a sociedade.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial chegará a quase 10 bilhões de pessoas em 2050, e aproximadamente 70% delas viverão em centros urbanos. A ONU também prevê que a pressão das necessidades de toda essa gente fará com que os preços dos alimentos continuem a subir. E, assim, a agricultura deverá produzir, nas próximas décadas, mais comida do que nos últimos 10 mil anos.
Diante do crescimento da procura e do esgotamento dos recursos naturais, os debates só aumentam. E todos com o mesmo objetivo: encontrar uma saída para aumentar a eficiência da agricultura sustentável, economizando recursos e atingindo o maior número de pessoas possível.
O que é segurança alimentar?
A segurança alimentar diz respeito ao direito de todos de terem acesso regular e permanente a alimentos básicos de qualidade. O termo começou a ser usado com o aumento da fome na Europa durante a Primeira Guerra Mundial. O tema levou à criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura – FAO (sigla em inglês). Com o objetivo de colocar a alimentação como tema estratégico mundial, a FAO proclamou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, reconhecendo a alimentação como um dos direitos humanos básicos.
De acordo com a FAO, a segurança alimentar existe quando todas as pessoas, em todos os momentos, têm acesso físico, social e econômico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos que atendam as suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável. Ela deve contemplar práticas que promovam a saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis.
E, saiba, segurança alimentar não é o mesmo que acesso a alimentos. Ela vai muito além. Uma criança pode, por exemplo, comer um prato de arroz todos os dias, mas isso não significa que ela receberá os nutrientes de que seu organismo necessita. Ou seja, ela se encontra em um contexto de insegurança alimentar.
Principais fontes
FAO, IFAD, UNICEF, WFP and WHO. The State of Food Security and Nutrition in the World 2021. Transforming food systems for food security, improved nutrition and affordable healthy diets for all. Rome, 2021.
Nosratabadi S, Khazami N, Abdallah MB, Lackner Z, S Band S, Mosavi A, Mako C.
Social Capital Contributions to Food Security: A Comprehensive Literature Review.
Foods. 2020 Nov 12;9(11):1650.
Sade N, Peleg Z. Future challenges for global food security under climate change. Plant Sci. 2020 Jun; 295:110467.