A pandemia de covid-19, além do impacto causado à saúde de milhares de pessoas, trouxe mudanças importantes no comportamento e na forma de enxergar o mundo. Esse é um dos aspectos revelados na terceira edição da Pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2021: Um estudo global de percepções do consumidor, realizado pelo Instituto Akatu e pela Globescan. O mapeamento foi executado globalmente, em 31 países, e no Brasil contou com mil entrevistados.
Segundo a pesquisa, 86% dos brasileiros declaram desejar reduzir seu impacto individual sobre o meio ambiente e a natureza, contra 73% da média mundial, mas cobram do governo e da iniciativa privada maior apoio. Globalmente e mais fortemente no Brasil (entre 55 e 59%), o que ajudaria na compra de produtos saudáveis e sustentáveis seria obter informação sobre como encontrar um produto de baixo custo e a existência de versões mais duráveis. Na percepção dos entrevistados, no comparativo com 2020, houve uma queda generalizada de cumprimento das responsabilidades socioambientais de todos os setores produtivos no Brasil.
Segundo Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu, “é muito ampla e sistêmica a possibilidade de atuação das empresas – desde economizar água e garantir o bem-estar animal, até fornecer produtos que durem mais tempo, embalagens recicláveis e o uso de energia renovável. No entanto, o S do ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) está mais sensível ao consumidor – e, por isso, é o que será mais forte na ação das empresas”, disse ele, durante a apresentação do estudo.
A vivência dramática da pandemia, associada ao agravamento das questões ambientais como as queimadas e as crises hídrica e energética, convoca a novas formas de pensar o mundo e o país e a pesquisa retrata isso: 77% dos brasileiros afirmam que o que é bom para um indivíduo nem sempre é bom para o meio ambiente, contra 43% na média mundial.