Clima e solo do Brasil garantem variedade de frutas o ano todo
A alimentação dos brasileiros é beneficiada pelas boas condições climáticas e do solo no território nacional
O Brasil é o país das frutas. As nossas condições de solo e clima garantem farta diversidade de frutas o ano inteiro. Adaptados aos nossos biomas, os plantios ainda geram empregos e promovem o desenvolvimento regional.
Atualmente, com a produção de frutas em território nacional ultrapassando a marca de 41 milhões de toneladas, o recorte do setor indica uma ocupação de área, para a atividade, em média de 2,6 milhões de hectares – ou seja, apenas 0,3% do território nacional é ocupado pela fruticultura, diante dos 7,8% ocupados por lavouras. Portanto, ainda há muito mais o que crescer no setor. Inserida nos pilares ambiental, econômico e social da sustentabilidade, a atividade frutícola representou, no ano passado, o emprego de 193,9 mil pessoas dentro da formalidade. Com crescimento de 9% em relação ao ano anterior (2020), o segmento somou 11,5% do total de postos de trabalho dentro da agropecuária.
Responsável por preservar a biodiversidade, gerar empregos e promover desenvolvimento de cada uma das regiões do País (aqui também é importante ressaltar o respeito às características regionais e culturais), a fruticultura nacional possui safras o ano inteiro de uma diversidade enorme de itens. É um calendário completo, 12 meses, de plantios e colheitas de frutas especialmente adaptadas aos nossos biomas.
E não falamos só do território nacional quando a fruticultura é tema. Internacionalmente, nossas laranjas, bananas, melões e mangas são comercializados além das fronteiras brasileiras, com aceitação e reconhecimento de qualidade. São mais de 40 frutas em nosso cardápio de exportações que somaram, nesse nicho, recorde de R$ 1,07 bilhão em vendas no ano passado. As principais responsáveis pelos resultados são a manga, o melão, a uva, o limão, a maçã, a melancia e o mamão, com 80% do faturamento no exterior. O destaque vai para o seu principal destino: a União Europeia, com 52,6% desse bolo todo.
No Brasil, a região Sudeste, com suas microrregiões com clima e relevo diversos, puxa o ranking da produção (40,87% da produção total). Conhecido pela produção de banana, o Vale do Ribeira também é sinônimo de preservação de diversidade ecológica. No Norte de Minas Gerais, banana, limão ácido tahiti, manga e mamão dão o tom com o projeto Jaíba, um polo de irrigação fundado por iniciativa regional que tem reconhecimento internacional. Já no Cinturão Citrícola de São Paulo e Sudoeste/Triângulo de Minas Gerais, a laranja é a rainha! Mas outros itens têm avançado como o abacate no Triângulo Mineiro, por exemplo.
Em segundo lugar no ranking da produção vem o Nordeste, com aproximadamente 22% do total nacional, com sua zona intertropical, que vem apresentando alternativas interessantes para o desenvolvimento na área. Não é à toa que a região é reconhecida por sua inovação tecnológica na fruticultura, demonstrando que há soluções possíveis até para o clima mais árido. Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, têm seus polos de irrigação como destaque e a cultura da uva como exemplo de sucesso. Outra estrela aqui é a manga, cuja produção fica em 61% do total nacional. Em Mossoró, no Rio Grande do Norte, outro exemplo é o polo de fruticultura irrigada em um solo arenoso e cuja principal fonte de água é a subterrânea. Por lá, estudos de manejo, irrigação e adaptação de culturas levam a produção a novos patamares, a cada safra, com brilho extra para melão e melancia, principalmente no que se refere à exportação.
Marcada pelo associativismo e cooperativismo, a região Sul – com seus 17,33% da produção nacional de frutas – tem a uva no alto de suas colheitas, que incluem ainda maçã, pêssego e ameixa. A uva, por lá, com seus 96% da produção industrial do País, tem destino certo: o das bebidas como sucos, vinhos e espumantes. Já os territórios do Norte e Centro-oeste, somados, representam um pouco mais de 20% da produção de frutas, com seus biomas amazônico, do cerrado, pantanal e Mata Atlântica. Por lá, guaraná, cupuaçu, açaí, cacau, castanha do Brasil são algumas das estrelas nacionais da área. O açaí também aparece com destaque, como exemplo de produção sustentável e destinada não só à indústria alimentícia, mas também à de papel e moveleira (com a fibra da fruta).
As boas práticas, a pesquisa e a assistência aos produtores não podem ser esquecidas nesse cenário da fruticultura sustentável. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) consta deste recorte da produção nacional, com unidades especialmente destinadas à fruticultura na Bahia, em Petrolina e no Rio Grande do Sul. Por meio do CNA/Senar (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), a instituição promove capacitação e desenvolvimento tecnológico.
Principais fontes
Fonte: CNA/Senar.
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