Comunicação eficiente pode auxiliar a descarbonização do campo
As tecnologias existem, mas muitas vezes falta interação entre empresas e produtores para colocá-las em prática
É fato que já foram desenvolvidas diversas tecnologias para a conquista de um dos principais objetivos sustentáveis do mundo: zerar a emissão de carbono. Tanto para o campo quanto para a cidade, existem diferentes ferramentas para que essa conquista seja alcançada.
Porém, uma das principais questões que emperra o avanço de medidas sustentáveis no campo é a falta de comunicação. Por não haver alinhamento entre as empresas e os trabalhadores do campo, frequentemente as tecnologias ficam paradas. Enquanto isso, outros fornecedores ofertam o mesmo produto, mesmo diante de uma pluralidade de demandas para poucas ofertas.
Um bom exemplo vem da soja brasileira. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a produção de soja pode continuar evoluindo no Brasil a ponto de se tornar uma cultura de carbono neutro até 2030. Vale destacar que, conforme informações do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), a soja foi responsável pela emissão de 9 milhões de toneladas das 577 milhões de toneladas de CO2 equivalentes emitidas por todo o setor.
De acordo com o estudo, a soja pode se tornar uma cultura de carbono neutro através da implementação de três práticas sustentáveis: o sistema de plantio direto (quando não há revolvimento do solo), a fixação biológica do nitrogênio (que garante o nutriente por bactérias que retiram a substância da atmosfera e a transformam em amônia), e a integração lavoura-pecuária-floresta (sistema produtivo combina a lavoura ou pecuária com a produção de madeira).
Segundo o Mapa Carbono dos Solos, da Embrapa, o Brasil armazena em seu solo 5% do carbono orgânico do mundo. Para cumprir as metas de descarbonização, o País precisa restaurar 18% das áreas degradadas dos 165 milhões de hectares destinados à pecuária no Brasil.
Além das tecnologias já expostas aqui, há também as disponibilizadas através de Inteligência Artificial. A IA pode desenvolver algoritmos para analisar dados e identificar padrões, tendências e correlações em sustentabilidade, colaborando também para a descarbonização do campo.
No caso da descarbonização do campo, por exemplo, existem métricas estipuladas pelo hemisfério norte que impedem agricultores brasileiros de avançarem nessa temática do ponto de vista de regulamentação, mesmo que ela já seja adotada na prática.
Umas das principais e mais eficientes formas de melhorar a comunicação do setor é através de projetos de demonstração. Um bom exemplo vem da startup Incubatenergy Labs, que desenvolveu uma solução de rede em grande escala para identificar prontamente incêndios florestais.
Esse é também um exemplo de que a comunicação pode ser a chave para melhorar o desenvolvimento e a aplicação de tecnologias sustentáveis. Compartilhar ideias de sucesso pode inspirar empresas e trabalhadores a investir nos mesmos sistemas, aumentando a escala de aplicação e, consequentemente, o sucesso.
Principais fontes
Principais fontes:
Foto: Adobe Stock
Comunicação, o recurso que falta para zerar as emissões de carbono. Disponível em: https://fastcompanybrasil.com/esg/comunicacao-o-recurso-que-falta-para-zerar-as-emissoes-de-carbono/; Carbono neutro: soja pode zerar emissões de gases até 2030. Disponível em: https://summitagro.estadao.com.br/sustentabilidade/carbono-neutro-soja-pode-zerar-emissoes-de-gases-ate-2030/; Na agropecuária, tecnologia e inovação para sequestrar gases do efeito estufa. Disponível em: https://neofeed.com.br/blog/home/na-agropecuaria-tecnologia-e-inovacao-para-sequestrar-gases-do-efeito-estufa/ ; Brasil tem tecnologia para fazer pecuária de baixa emissão de carbono. Disponível em: https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-/noticia/70029837/brasil-tem-tecnologia-para-fazer-pecuaria-de-baixa-emissao-de-carbono.