Inovação é o caminho para a criação de um mundo melhor
Incentivar a inovação é fundamental para o desenvolvimento de uma economia sustentável
Enfrentando desafios em um mundo cada vez mais tecnológico, atividades voltadas à tecnologia e inovação estão sendo implementadas nos quatro cantos do Brasil. Tendo o agronegócio como vocação, o setor é o que mais se destaca em iniciativas inovadoras no país, principalmente nas áreas voltadas à geração de energia.
No dia 19 de outubro foi comemorado o Dia Nacional da Inovação. A data é uma homenagem a Alberto Santos Dumont, que em 19 de outubro de 1901 deu volta ao redor da Torre Eiffel com seu dirigível número 6. É um dia para pensarmos no papel fundamental da inovação para o desenvolvimento do Brasil. Dessa forma, a data comemorativa foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2009 e foi sancionada pela Lei 12.193.
Países que investem em inovação têm mais acesso à tecnologia, salários melhores, mercados mais competitivos e população com mais qualidade de vida. Dessa forma, investir em modelos que fortalecem o ecossistema de inovação no país é fundamental para superar crises e abrir espaço para mais oportunidades de desenvolvimento.
A capacidade de inovação brasileira cresce a cada ano
De acordo com o relatório da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), entre 132 países, o Brasil ocupa a 54a posição no Índice Global de Inovação (GII) em 2022. São três posições acima da ocupada no ano anterior e oito superiores ao ano de 2020. O GII acompanha as tendências globais de inovação mais recentes no contexto de uma pandemia de COVID-19 em andamento, desacelerando o crescimento da produtividade e outros desafios em evolução. Ele revela as economias mais inovadoras do mundo, classificando o desempenho em inovação de cerca de 132 economias, destacando os pontos fortes e fracos da inovação.
Com o intuito de obter a imagem mais completa possível da inovação, o Índice compreende cerca de 80 indicadores, incluindo medidas sobre o ambiente político, educação, infraestrutura e criação de conhecimento de cada economia. As diferentes métricas que o GII oferece ajudam a monitorar o desempenho e o desenvolvimento de referências em relação às economias da mesma região ou grupo de renda.
Inovação no setor elétrico favorecendo desenvolvimento socioeconômico
Como nós já sabemos, a energia é essencial para a manutenção da vida. Ela é vital para a produção e realização de necessidades básicas, como os alimentos que consumimos e higienização no nosso dia a dia, respectivamente. Para que a energia acompanhe o ritmo do crescimento da população mundial é necessário aumentar sua produção e disponibilização da maneira mais sustentável e eficiente possível.
Neste mês foi aprovado no país o aprimoramento da Resolução Normativa e de novos procedimentos para regulação do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI) da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A iniciativa tem como objetivo criar um ambiente favorável à inovação no setor elétrico favorecendo o desenvolvimento socioeconômico, sobretudo quando se trata de um serviço público essencial, como a energia elétrica. O PDI regulado pela ANEEL é um dos principais mecanismos de inovação no setor elétrico e tem, ao longo de seus mais de 20 anos, investido consistentemente no avanço da ciência e tecnologia.
Fomentar a inovação faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 9 – ODS 9 – tem como foco a indústria, inovação e infraestrutura, onde se visa construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. Uma de suas metas é fortalecer a pesquisa científica, melhorar as capacidades tecnológicas de setores industriais em todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, inclusive, até 2030, incentivando a inovação e aumentando substancialmente o número de trabalhadores de pesquisa e desenvolvimento por milhão de pessoas e os gastos público e privado em pesquisa e desenvolvimento.
Outra meta que envolve o tema é apoiar o desenvolvimento tecnológico, a pesquisa e a inovação nos países em desenvolvimento, inclusive garantindo um ambiente político propício para, entre outras coisas, a diversificação industrial e a agregação de valor às commodities.
Inovação tecnológica acontece em várias as áreas da agricultura brasileira e o setor energético se destaca
A crescente demanda por energia, junto à necessidade de redução das emissões de CO2, fazem com que a inovação desempenhe um papel ainda mais importante na matriz energética mundial. Com a descoberta de novas fontes de energia tais como biocombustíveis feitos a partir de cana-de-açúcar, reduziu-se a dependência de fontes de energia não renováveis. E isso coloca o Brasil no topo dos países mais inovadores desse setor. 48,4% da nossa matriz energética é renovável. A bioenergia representa 27% desse número, com 19% de produtos originários da cana-de-açúcar. Nenhum país do mundo tem isso na matriz nessa quantidade tão alta.
Utilização da energia no modelo circular também é inovação. O setor sucroenergético brasileiro é um dos melhores exemplos de economia circular na agricultura, pois se baseia na otimização dos processos da produção e no aproveitamento de resíduos. Além de ser matéria prima para produção do biocombustível (etanol), a cana-de-açúcar tem todos os seus resíduos aproveitados, gerando um ciclo sustentável de produção. A começar pelo seu cultivo, no qual se utiliza muito controle biológico para a proteção contra pragas, a palha e a vinhaça da cana são utilizadas para proteger e enriquecer o solo com nutrientes. E o bagaço também é aproveitado para produzir bioeletricidade. A palha e o bagaço também podem ser aproveitados para produzir mais etanol, processo conhecido como produção de etanol de segunda geração (etanol 2G).
Um outro ponto, assim como destacado na palestra de abertura da Green Rio 2022 por Alexandre Alonso, chefe-geral da Embrapa Agroenergia, “o futuro é bio”. O pesquisador comentou sobre ciência, tecnologia e inovação como sendo o que move a bioeconomia no país, destacando os mercados para os bioinsumos, bioprodutos e químicos renováveis. A microbiologia na agricultura para a produção de bioinsumos deriva do grande avanço tecnológico e científico e é de extrema importância para promover ganhos ambientais, reduzir custos e aumentar a produtividade agrícola.
Além disso, os avanços em tecnologia de sistemas de irrigação foram muitos nos últimos 30 anos. Com isso, a modernização da agricultura acompanhada da inovação tecnológica fez da captação e utilização de recursos hídricos elementos-chave para a expansão sustentável dos cultivos e da produtividade. Um exemplo é o sistema de irrigação por gotejamento. Com esse sistema, a água é liberada em pequenas quantidades ao pé da planta, diretamente sobre o solo. Assim, é possível atingir uma redução de 50% no consumo de água, viabilizando a produção de diversas culturas, como hortaliças e frutíferas, no Brasil e no mundo.
E assim o uso de soluções inovadoras na agricultura caminha para um desenvolvimento sustentável. A evolução das tecnologias no campo favorece, inclusive, a qualidade de vida dos trabalhadores rurais, proporcionando maior segurança e conforto, enquanto, em paralelo, alavancam a economia, a disponibilidade e a variedade de produtos agrícolas.
Principais fontes
Principais fontes:
Ministério de Minas e Energia. ANEEL aprova novo regulamento para Procedimentos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – PROPDI. Disponível em: https://www.gov.br/aneel/pt-br/assuntos/noticias/2022/aneel-aprova-novo-regulamento-para-procedimentos-de-pesquisa-desenvolvimento-e-inovacao-propdi Acesso em: 20/10/2022.
Nações Unidas. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/9 . Acesso em: 21/10/2022.
World Intellectual Property Organization (WIPO). Global Innovation Index (GII). Disponível em: https://www.wipo.int/global_innovation_index/en/ Acesso em: 20/10/2022.
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