Manejo sustentável da água na agricultura visa ODS 6
Incluir nas atividades do agronegócio o planejamento e uso adequado dos recursos hídricos favorece também a produção de alimentos
Parte fundamental do desenvolvimento do agronegócio, a água deve ser o foco de investimentos e cuidados para todos que trabalham no campo. Entender como promover o manejo sustentável da água na agricultura é indispensável para contribuir com a conquista do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6.
Aqui no Entre Solos, já abordamos o assunto através de uma entrevista exclusiva com a CEO da Agrosmart, Mariana Vasconcelos. Ela explicou que a água é essencial para a produção de alimentos tanto na agricultura, quanto na indústria. Ademais, pontuou que é um recurso natural que precisa ser cuidado, preservado, não contaminado e que está muito alinhado com a agenda climática. Vasconcelos destacou ainda algumas ferramentas que podem facilitar o trabalho do agricultor para conquistar um manejo sustentável da água na agricultura.
As ideias apresentadas por Mariana convergem com as apresentadas por quem quer colaborar com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 – voltado para ações relacionadas à água potável e saneamento. A primeira meta é, até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável e segura para todos.
Relacionar a agricultura com as metas de sustentabilidade pode não ser a associação mais clara em um primeiro momento. No entanto, a agricultura utiliza – em média – 70% do consumo de água mundial, segundo dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Com um recorte específico sobre o Brasil, os dados também são relevantes. De toda a água utilizada, 61,7% é em atividades rurais. A partir disso, aproximadamente 52% do uso é voltado para a irrigação, 8% no meio animal e 1,7% no abastecimento rural.
Compreender a dimensão da responsabilidade de quem usa a água no País para atividades da agricultura é um dos primeiros passos para a terceira meta do ODS 6. De acordo com ela, o Brasil tem “até 2030, melhorar a qualidade da água nos corpos hídricos, reduzindo a poluição, eliminando despejos e minimizando o lançamento de materiais e substâncias perigosas, reduzindo pela metade a proporção do lançamento de efluentes não tratados e aumentando substancialmente o reciclo e reuso seguro localmente.”
Outra meta mantida sem alteração, apesar de ter sido estabelecida em 2020, é a sexta, que busca proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos, reduzindo os impactos da ação humana.
Para o setor da agricultura, as ações em busca de desenvolvimento produtivo nunca devem ultrapassar os limites dos ecossistemas. Para colaborar com o ODS 6, é necessário criar estratégias que viabilizem o crescimento do negócio sem abrir mão do manejo sustentável.
Este comportamento deve ocorrer para além das fronteiras brasileiras. Outra meta relevante é a que estabelece e compreende a necessidade de “ampliar a cooperação internacional e o apoio ao desenvolvimento de capacidades para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e ao saneamento, incluindo, entre outros, a gestão de recursos hídricos, a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reuso.”
Reconhecer o protagonismo do Brasil no cenário mundial de abastecimento e utilização responsável da água é um passo essencial para a garantia da vida no planeta. Fique por dentro de tudo e colabore com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Principais fontes
Principais fontes: AgroSmart; IPEA, Pacto Global da ONU no Brasil.
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