Qual é o futuro da energia?
Com 48% de fontes renováveis na matriz energética, o Brasil sai na frente na transição global para as energias limpas.
Você já parou pra pensar na importância da energia, no quanto ela move o mundo?
Houve um tempo em que a força do ser humano era a única ferramenta de interação que tínhamos com o mundo ao nosso redor. Mas presenciamos um grande salto de crescimento quando a humanidade agregou forças. Iniciamos com o motor a vapor guiado pela queima do carvão. Chegamos à combinação de processos e máquinas que fez a revolução industrial acontecer, movimentando fábricas, ferrovias, navios e empresas. Com o petróleo, foi a vez do motor ganhar combustão. E a economia passou a ser orientada por esse recurso fóssil.
Hoje, nosso desenvolvimento não pode prosseguir sendo guiado por fontes não renováveis como carvão, petróleo e gás natural. Além de serem esgotáveis, essas fontes de energia são as maiores responsáveis pela emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
Energia limpa
Um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o objetivo 7, é garantir o acesso à energia limpa, já que uma das suas metas é aumentar a participação de energias renováveis na matriz energética global até 2030. Essa situação está tão crítica que, durante a COP26, 77 países se comprometeram a zerar o uso de carvão até 2040.
A boa nova é que, em termos de energia, temos motivos para celebrar. Enquanto mais de 80% da energia utilizada no mundo vem de fontes não renováveis, no Brasil esse percentual cai para um valor abaixo de 50%.
Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que, em 2020, 48,4% de toda energia utilizada no país foi proveniente de fontes renováveis, cujas principais fontes foram: biomassa da cana-de-açúcar (19,1%) e hidráulica (12,6%).
Ainda assim, para a ONG Verde, o Brasil deve reduzir o uso dos recursos hidráulicos como fonte energética. Apesar de renováveis e não poluentes, as hidrelétricas afetam o meio ambiente. Por isso, desde 2010, a ONG trabalha pela conscientização e inclusão gradativa das energias solar e eólica na matriz energética brasileira.
Um de seus projetos é a Casa12Volts, a primeira casa quadrivolts offgrid do Brasil (sistema onde a energia pode ser armazenada). Nela, a eletricidade é proveniente da instalação de placas fotovoltaicas (energia solar), aerogerador (energia dos ventos) e bicicletas para oficinas (energia por esforço físico). A energia produzida é contínua e capaz de ligar ou carregar qualquer equipamento eletrônico, desde luzes a geladeiras. A ONG Verde pretende levar esse sistema para casas urbanas e rurais.
Além dos recursos naturais que podem ser utilizados nas demandas energéticas brasileiras, as políticas públicas como o Pró-Álcool e o Renovabio impulsionam a produção de etanol por meio da biomassa da cana-de-açúcar e do biodiesel a partir do óleo de soja. Com isso, na última década, a produção de etanol teve 25% de aumento e a de biodiesel 84%. Graças a programas como o Pró-Álcool e o Renovabio, elevamos o uso de diversas fontes renováveis como solar, biodiesel, biogás e eólica, como se pode observar no relatório da EPE. Sem falar na redução de 5,6% no uso de fontes não renováveis como o petróleo.
Principais fontes
Agência Nacional do Petróleo – ANP, Biocombustíveis, 2020. Disponível em: http://www.anp.gov.br/arquivos/central-conteudos/anuario-estatistico/2020/texto-secao-4.pdf. Acesso em: 29/04/2021.
Gupta V. K., et al., Recent developments in bioenergy research. Elsevier, 2020.
Lima, M.A. et al., Renewable energy in reducing greenhouse gas emissions: reaching the goals of the Paris agreement in Brazil. Environmental Development, 2020.
Stolf, R.; Oliveira, A.P.R. 2020. The success of the Brazilian alcohol program (Proálcool) - a decadeby-decade brief history of ethanol in Brazil. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/1809-4430-Eng.Agric.v40n2p243-248/2020
Zuin, V.G; Ramin, L.Z. 2017. Green and Sustainable Separation of Natural Products from Agro-Industrial Waste: Challenges, Potentialities, and Perspectives on Emerging Approaches. Top Curr Chem (Z) (2018) 376:3 https://doi.org/10.1007/s41061-017-0182-z