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05/12/2022

Solo: fonte de vida e riqueza da humanidade

Se tivéssemos consciência da importância do nosso solo para a manutenção da vida, não pensaríamos duas vezes para preservá-lo

O solo é fonte dos minerais e nutrientes dos quais todos os seres vivos precisam para sobreviver. É a partir dele que nossa água é armazenada e purificada. Nele crescem as plantas e é ele quem abriga muitos dos seres vivos existentes no planeta. Sem contar que é do solo que são extraídas matérias primas, como areia e argila, para fabricar vários utensílios que utilizamos em nosso dia a dia. Assim como é nele que são cultivados nossos alimentos.

E ainda, em suas profundidades, encontramos as jazidas de petróleo, que nos fornece esse combustível fóssil de extrema importância para nossas atividades. Sendo assim, sendo fonte de recursos tanto renováveis como não renováveis, precisamos reconhecer esse bem precioso que temos e saber usufruí-lo sem destruí-lo.

Como forma de conscientização da preservação do solo, o Dia Mundial do Solo foi instituído no dia 05 de dezembro pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

95% dos alimentos que consumimos dependem do solo

De acordo com a FAO, os solos são a base da agricultura e os produtores dependem deles para produzir 95% dos nossos alimentos. Por isso, é um momento de refletirmos sobre os prejuízos causados por nossas ações e, principalmente, de pensarmos em alternativas para minimizar os efeitos das atividades que prejudicam a preservação desse recurso tão valioso.

Ainda segundo a FAO, a degradação do solo afeta pelo menos 3,2 bilhões de pessoas ou 40% da população mundial e o manejo sustentável do solo é vital para se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Nesse contexto, a organização destaca a importância de manter o solo vivo, protegendo a biodiversidade e aumentando a segurança alimentar.

São vários os ODS que apoiam essa iniciativa, dentre eles ODS 12 (garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis), ODS 13 (adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos) e, principalmente, o ODS 15 (proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade).

O solo também está diretamente relacionado às questões climáticas

A degradação e o manejo inadequado dos solos têm provocado desequilíbrio em fluxos hídricos, na emissão de gases de efeito estufa (GEE) e na atenuação dos efeitos de poluentes, influenciando diretamente a regulação da qualidade da água e do ar.

Ademais, problemas como erosão, compactação e impermeabilização, além de reduzirem a quantidade de nutrientes da terra, prejudicam a infiltração e filtragem da água para o reabastecimento de rios e aquíferos.

Sem contar que, não somente a seca, mas as inundações também estão ligadas aos problemas do solo. Isso é muito comum nas grandes cidades brasileiras, o fenômeno ocorre porque a água não tem onde se infiltrar, devido especialmente à cobertura dos solos com asfalto, escoando para onde há menor energia e acumulando-se em locais mais baixos.

Ciência e tecnologia para recuperar solos degradados e reduzir a emissão de GEE

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) destaca o consenso que existe na Academia sobre a necessidade de avanços técnico-científicos para proteção dos solos, na busca pelo equilíbrio de suas várias funções. Sendo uma delas a produção de alimentos, fibras e combustíveis; assim como, o armazenamento de nutrientes e carbono; a filtração, purificação e estoque de água e o armazenamento e degradação de lixo.

Muitas pesquisas são dedicadas ao desenvolvimento de soluções tecnológicas que permitam que o solo não se degrade a ponto de perder sua capacidade produtiva e que emita o mínimo possível dos GEE, processo que é agravado pelo uso inadequado de fertilizantes nitrogenados.

E quando falamos nesse assunto, o carbono existente no solo ganha uma atenção especial. Sendo o solo um dos principais reservatórios de carbono do planeta, buscar maneiras de evitar as emissões de GEE em um processo conhecido como sequestro de carbono é uma das premissas de programas governamentais, como o Plano ABC.

O Plano ABC, visa à redução de emissões de GEE na agropecuária por meio da adoção de tecnologias sustentáveis. Uma delas é a fixação biológica do nitrogênio (FBN) por meio de produtos biológicos contendo microrganismos capazes de se associarem às raízes das plantas.

A substituição de fertilizantes químicos por microrganismos fixadores de nitrogênio contribui substancialmente para a redução das emissões de GEE. Assumindo que cada quilograma de fertilizante nitrogenado corresponde a cerca de 10 kg de emissões de CO2eq, um dos GEE.

Outra tecnologia incentivada pelo Plano ABC que visa a preservação do solo é a recuperação de pastagens degradadas. Estima-se que foram recuperados 26,8 milhões de hectares entre 2010 e 2018, uma área maior que o território do Reino Unido, objeto de comparação. Com esse resultado a iniciativa superou a meta do programa, que era de 15 milhões de hectares até 2020.

Com o auxílio da ciência, tecnologia e políticas públicas bem conduzidas, teremos condições de combater os problemas relacionados ao solo. Práticas sustentáveis são pontos-chave para driblar efeitos climáticos adversos e poder usufruir desse recurso tão valioso e necessário para nossa qualidade de vida e segurança alimentar global.

ODS envolvidos nessa notícia:

Principais fontes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Solos brasileiros. Disponível em: https://www.embrapa.br/tema-solos-brasileiros/solos-e-vida Acesso em: 17 nov. de 2022.
Nações Unidas (UN). Pesquisa revela que 55% dos países não conseguem analisar a qualidade do solo. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2021/12/1772532 Acesso em: 18 nov. de 2022.
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