O Dia do Pescador reforça a importância destes trabalhadores para a cadeia produtiva brasileira e mundial. Segundo dados da Organização Mundial das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), cerca de 110 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão envolvidos com a pesca de pequena escala. E aqui no Brasil, segundo dados de 2021 do Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira (SisRGP) da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP/Mapa), são quase 1 milhão de pessoas trabalhando diretamente na pesca profissional, que respondem por pelo menos 60% da produção de pescado do país. A efeméride foi escolhida por ser também o Dia de São Pedro, apóstolo pescador e padroeiro desses profissionais.

Mas, ainda segundo a FAO/ONU, se não houver uma preocupação e ativação de práticas sustentáveis na pesca, pescadores e toda a população brasileira e mundial sofrerão com a falta de pescados. 

De acordo com o Estado Mundial da Pesca e Aquicultura (SOFIA na sigla em inglês), a produção total de peixes deve aumentar para 204 milhões de toneladas em 2030, 15% a mais que em 2018, com a participação da aquicultura crescendo dos atuais 46%. Com esse crescimento, que é em torno da metade do aumento registrado na década anterior, o consumo per capita anual de alimentos para peixes deverá atingir 21,5 kg até 2030. 

Além do peixe ser reconhecido como alimento mais saudável do planeta, também é considerado um dos que menos impactam o meio ambiente, o que pede que sejam estudadas estratégias e formas de se garantir mais pescado para combater a insegurança alimentar e garantir a nutrição em todos os níveis. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 90% dos estoques pesqueiros do planeta encontram-se sobrepescados ou plenamente explorados. Por isso, é indispensável que a pesca predatória aconteça através do manejo sustentável.

Vale destacar também que a pesca tem um elevado valor para a economia. De acordo com a Embrapa, houve um crescimento de 28% nas exportações da tilápia em 2022 quando em comparação com o ano anterior. Este aumento totalizou US$ 4,3 milhões. O destaque se dá principalmente porque a tilápia domina a exportação de pescados brasileiros, respondendo por 98% das exportações. 

Ainda segundo a Embrapa, este aumento se deve principalmente à profissionalização do setor. O estado de maior destaque na exportação é o Paraná, que fornece 58% dos produtos vendidos ao exterior. 

Há ainda a expectativa de que o crescimento continue nesse ano, com perspectiva de reabertura do mercado europeu, fechado desde 2018.

Aqui no Entre Solos, nós já destacamos a importância dessa profissão, mas nunca é demais nesse Dia do Pescador enfatizar que mais de 30 mil brasileiros são diretamente dependentes dessa atividade, que movimenta cerca de R$ 70 milhões por ano, segundo um estudo conduzido pela Embrapa Pantanal, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e mais 21 instituições brasileiras.