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19/10/2022

Uso sustentável de água evita desperdício e beneficia hortas urbanas

Uma das formas de garantir a agricultura mais eficiente é conhecendo a capacidade de armazenamento de água dos solos

O número de pessoas afetadas pela fome em todo o mundo aumentou para 828 milhões no ano passado. Isso representa um aumento de 46 milhões desde 2020, e aproximadamente 150 milhões desde o início da pandemia de Covid-19. Os dados são do relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” , lançado pela ONU em 2022. O documento também traz mais números sobre a prevalência de insegurança alimentar grave, que foi de 3,9 milhões entre 2014 e 2016 para 15,4 milhões entre 2019 e 2021.

O relatório é uma produção conjunta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos da ONU (WFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil, a situação não é melhor: 33,1 milhões de pessoas passam fome no país, segundo dados de uma pesquisa divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) divulgada este ano.

Nesse contexto, as hortas urbanas aparecem como iniciativa viável para ajudar no combate à escassez de alimentos que acomete as pessoas em situação de vulnerabilidade social. O uso sustentável da água é fundamental para o cultivo de verduras e legumes e também para a preservação do meio ambiente, sem desperdício.

De acordo com especialistas, a irrigação é uma das práticas mais importantes na produção de hortaliças, principalmente em regiões ou estações com distribuição irregular de chuvas ou com longos períodos de estiagem. Hortaliças folhosas, como a alface, a cebolinha e a rúcula, pedem água mesmo durante a estação chuvosa.

Por isso, para evitar o desperdício de água, é preciso entender quais são os sistemas de irrigação eficientes analisando e solucionando problemas de manutenção de equipamentos. Outro fator relevante para não desperdiçar água durante o cultivo das hortas nas cidades é conhecer a capacidade de armazenamento de onde se planta, as necessidades de cada cultura e ainda estar ciente dos problemas decorrentes de uma irrigação ou rega mal feita.

Perdas

Estudos mostram que de toda a água captada para fins de irrigação, não mais que 50% são efetivamente aproveitados pelas plantas. O desperdício pode ocorrer por vazamento, drenagem profunda, escoamento superficial, evaporação entre outros. Há casos de sistemas de irrigação onde as perdas de água são inferiores a 25%. Mas para isso, é preciso irrigar na medida certa usando um sistema apropriado à cultura e terreno. Existem muitas tecnologias disponíveis, inclusive de baixo custo, para que a irrigação seja realizada de forma mais sustentável, em alinhamento ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6 (Água potável e saneamento).

De acordo com especialistas da Embrapa, no futuro, a agricultura vai exigir soluções de baixo custo para racionalizar o uso da água. E as hortas urbanas são muito viáveis nesse sentido.

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Principais fontes

Fonte: Embrapa
Foto: Adobe Stock